Conheça WC no Beat: o produtor capixaba que faz sucesso misturando estilos musicais

O ano é 2018 e um produtor lança um álbum intitulado “[18K]”, com 21 artistas do rap e do funk, sendo alguns PK, Orochi, MC Cabelinho, MC Hariel, Cacife Clandestino, Xamã, BK, Luccas Carlos, e muitos outros, passando de 300 milhões de execuções no Youtube e Spotify. Weslley Costa, conhecido como WC no Beat, é um produtor capixaba, que tem um estilo único: sendo o precursor do que conhecemos como Trap funk.

 

foto: divulgação

 

Ainda em 2018, lançou um hit, em parceria com Matuê, Cacife Clandestino, Kevin o Chris e Nego do Borel, intitulado “Sensacional”, que foi certificado de Ouro, com mais de 31 milhões de streams. Além de outros sucessos, WC também foi indiado ao MTV MIAW pelo feat com Djonga, MC Rebecca, Karol Conká e MC Rogê, em 2019.

Seu segundo disco de carreira, chegou um ano depois da indicação, em 2020, com mais de 30 participações, e 4 músicas alcançaram o TOP 200 no Spotify Brasil, ainda na estreia. Mas para entender o motivo de tanto sucesso não é difícil, já que WC no Beat vem trazendo inúmeras inovações dentro do ritmo e de suas produções. Confira nossa entrevista na íntegra com o produtor! 

 

Como você se define? Tanto pessoal quanto profissionalmente. Quem é o WC por Weslley Costa?

WC: Tanto no pessoal, quanto no profissional eu me defino como uma pessoa viciada em trabalhar.

Quando você percebeu que queria ser o WC no Beat?

WC: Quem conhece o WC das antigas sabe que o WC sempre foi o WC, ele nunca mudou. Ele nunca fez outra coisa! Desde quando saí de casa aos meus 12 anos de idade, eu sempre fiz música, eu sempre trabalhei com isso independente do que eu decidi fazer… jogar bola, ou estudar alguma coisa, mas a música sempre esteve tanto no primeiro plano, quanto no segundo plano. 

E eu sabia que o WC No Beat um dia iria ser um sucesso, sabe? Conquistar algo grande, porque eu trabalhava muito e o mundo não é injusto com quem trabalha muito com o que ama.

 

Você já produziu inúmeros sucessos no hip hop e funk, e é pioneiro no TrapFunk. Quando surgiu a vontade de trabalhar com esses estilos?

WC: Eu já produzi muitas músicas de trap funk, mas essa onda começou muito cedo assim. Em 2007 eu já estava fazendo coisas relacionadas ao funk, em 2013 eu lancei um remix que bombou na época do SoundCloud, que era o do “Dom Dom Dom”, que tocou em muitos lugares do mundo, foi parar no BBB… Foi incrível!

E eu sempre gostei de ser um pouco fora da caixa, eu sempre gostei de fazer umas coisas meio que “como é que esse garoto fez isso?” sabe, eu nunca tive medo de arriscar, eu nunca tive medo de misturar porque música é música, e no final a gente se diverte.

 

Você também gosta de produzir seus shows e deixá-los marcantes, e isso traz uma experiência única para cada pessoa. De onde surgiu essa ideia?

WC: Antes de o WC No Beat estourar, eu sempre fiz shows, tocava em casa de shows, tocava em eventos e eu sempre tive essas experiências de estar no palco, de estar se apresentando. Só que a partir do momento que eu comecei a trabalhar no Rio de Janeiro, trabalhar em São Paulo com alguns artistas que eu tenho uma admiração e ver a atitude deles no palco, eu comecei a aprender mais, eu comecei a observar todas essas pessoas que fazem os shows, que fazem os espetáculos, eu comecei a trazer isso pro meu universo só que de uma forma diferente. 

Eu sendo Dj, eu tendo bailarinos, eu dançando e trazendo uma performance totalmente diferente de tudo que eu já tinha visto dos artistas que eu trabalhei todos esses anos. Então foi meio que trabalhar com essas pessoas, foi meio que uma escola para quando chegasse a minha fez, eu pudesse fazer da minha forma e fazer bonito, sabe?

 

Estamos começando um novo ano e 2022 foi repleto de trabalho. Qual sua expectativa para 2023? Pode contar um pouquinho?

WC: Se eu conquistar um pouquinho do que eu conquistei em 2022 já está ótimo! 2022 foi um ano sagrado pra mim, estou até pensando em tatuar esse ano, porque em questão de shows, em questão de espetáculos eu conquistei uma parada muito legal! Eu consegui fazer o Lollapalooza, eu consegui fazer o Rock in Rio sendo atração principal, sabe… Então há 5 anos atrás eu nunca pensava nisso, eu nunca pensava nos DJ’s estarem chegando nesse patamar, mas a gente trabalhou, a gente fez acontecer, as pessoas viram! 

Em 2022, foi o ano em que eu mostrei que eu poderia recuperar tudo que eu perdi em 2 anos de pandemia. 

E 2023 agora vai ser um ano sensacional, com novas ideias, uma nova chance de trabalhar com o que eu amo, porque todo ano é uma nova chance de trabalhar com o que eu amo e fazer músicas e fazer clipes, ver as pessoas sorrindo com um pouco de felicidade do meu trabalho sendo fãs, cantando as músicas… Isso é o que eu quero pra 2023, de resto a gente corre atrás e conquista!

 

Podemos esperar quantos lançamentos, mais ou menos?

WC: Teremos muitos lançamentos sim, só não vou contar agora tudo, porque eu não sou um cara de estragar surpresas, mas está vindo um álbum de “drill funk”, é gênero novo que também vai estar fazendo parte na cena, já está fazendo! 

Mas agora em 2023 eu vou trabalhar esse gênero, tem pessoas muito boas trabalhando esse gênero também, gênero que eu não criei… Já existe, pessoas estão fazendo já tem um tempo, eu simplesmente quis alimentar esse gênero novo dentro do Brasil. Em 2023 tem álbum, tem clipe, tem música e show novo também.

foto: divulgação

Como você prepara uma batida? Tem algum processo ou rotina para isso?

WC: É muito relativo quando eu preparo a batida assim, quando eu faço uma parada no estúdio normalmente, muitas das vezes eu começo pela melodia para eu sentir como o artista vai se encaixar dentro daquilo, depois eu faço a bateria e vejo com o artista qual a melhor forma dele escrever na composição às vezes, ajudo na gravação.

O cara que molda mesmo a música mesmo junto com o artista, fazendo com que o artista não saía muito da vida dele, do mundo que ele já carrega e trazer essa realidade seja do funk, seja do rap, seja do trap, seja do sertanejo, do pagode, seja do samba, pra minha realidade sem tirar um pouco da vivência do artista, eu gosto muito de trabalhar isso.

 

O que você procura em um artista para fazer parceria com ele?

WC: Eu a princípio procuro saber a vibe da pessoa, não adianta você estar no estúdio com uma vibe que não bate, né? Normalmente, em todas as minhas sessões, todos os artistas que trabalham comigo, a vibe bateu, a gente fez som. 

Depois disso eu procuro entender como é o artista em si, como ele escreve, como ele transcreve as melodias dentre a música, eu procuro entender mais a realidade do artista para trazer ele para o meu som e também ele não fugir um pouco do que é ele e eu não fugir um pouco do que é a minha área que é misturar as coisas. 

Eu consigo fazer as minhas músicas, eu consigo fazer minhas produções e graças a Deus eu sempre fui bem tratado, todos os artistas eu tenho maior admiração e muito respeito.

 

Sobre lançamentos e parcerias, seu último lançamento de 2022 foi em parceria com Gabizin e Fel 22, com a faixa “Mente de Malandra”, conta um pouquinho sobre!

WC: A “Mente de malandra” é uma faixa que compõe meu novo álbum de funk que tá vindo, que tem a participação do Fel 22, Gabizin  nunca tinha cantado drill na vida e é isso que eu gosto de fazer, trazer essas pessoas que nunca tiveram essa experiência com certas coisas dentro da música e trazer eles pra viver um pouco disso, e o menino tirou muita onda! 

Ele é um moleque de ouro, escreve muito bem, canta muito bem e dentro do estúdio a gente esteve junto, quando ele veio pro Rio de Janeiro a convite meu, a gente se falava muito na internet, ele aceitou o convite e veio pro Rio, gravou a parte dele e, assim, ficou muito bom quando a gente gravou a parte dele. E eu tinha um leque de artistas para poder gravar, estava com um pouco de medo de estragar a música, porque a parte do Gabizin já estava sensacional!

Aí eu fui vendo que tinha um monte de artistas na minha mão eu escolhi o da casa, que é o Fel 22, que é da nossa firma, e porque ele tinha a mesma métrica, levada, ele sabe escrever melodicamente e combinou muito assim, foi a cereja do bolo dentro do som. 

Logo a gente já estava fazendo clipe. O Gabizin saiu de Minas pra vir pro Rio gravar com a gente. E quando eu pisquei o clipe já estava pronto,  já tinha sido lançado, a galera estava ouvindo e eu estou recebendo um feedback maravilhoso sobre esse som, muita gente tem ouvido e falado muito bem.

Por que apostar no Drill Funk? Você já pensava em passear por mais estilos ou acabou surgindo?

WC: Eu gosto de apostar no novo, o Drill Funk é um gênero muito novo, pelo menos no Brasil. E tudo que é novo assusta, assim foi com o trap funk em 2018 as pessoas não entendiam o que estava acontecendo, meio que assustou um pouco, as pessoas tomar um baque vendo os artistas do funk, os artistas do rap junto em um álbum de DJ.

E o drill é o que eu tenho apostado muito, porque acredito que vai ser a mesma cena, é um gênero novo, dá pra misturar vários artistas, um gênero que dá pra misturar vários timbres do drill ao trap, você consegue isso tudo numa coisa só e fazer ficar bom. 

É por isso que eu vejo que o drill funk é o novo trap funk, né? Aquela coisa que saiu fora da caixa, saiu fora da curva, trouxe outros artistas pro trabalho, trouxe outros artistas para a galera conhecer. Acredito que eu apostando no drill funk em 2023, vou fazer muito sucesso.

 

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