A música no mercado digital: ouça onde quiser e quando quiser

Quer ouvir música boa e sem interrupções? Baixe agora o Spotify em seu celular e ouça o que quiser, quando quiser e onde quiser… Esse é um anúncio instigante, provocante e que tem uma força poderosa de marketing no mercado sonoro, desde podcasts a músicas. O mercado da música digital está ganhando um espaço fenomenal o que tem inspirado e até mesmo, levado muitos artistas a investir nesse campo comercial. Felipe Portilho, cantor, compositor e produtor musical, vive na Europa, e conta que essa evolução da tecnologia que a cada mês apresenta pra gente uma nova forma de sentir o mundo, é uma evolução que, querendo ou não, vem para somar, nos aproximar e facilitar os nossos modos de vida.

Para o artista, “a evolução tecnológica sempre vem para somar, a velocidade disso tem sido surpreendente nos últimos anos e se o artista não tiver condições de acompanhar este processo acaba ficando pra trás, e por isso vemos novas bandas surgindo e outras consagradas sumindo”, conta Felipe. Há sempre os prós e os contras. É triste ver artistas consagrados por décadas desaparecer de nossa lista de músicas prediletas porque o digital o “engoliu”. Por outro lado, há quem soube se reinventar e perceber que se não “migrar” para esse novo universo, corre o risco de não ser visto e, nesse caso, nem ouvido. “O que não tira o valor da arte desses artistas que somem do mapa, mas servem de alerta para se atualizarem diariamente”, completa Felipe.

Felipe Portilho nos recorda que há alguns anos, os CDs, vinis, discos físicos etc, estavam acabando, até mesmo, se extinguindo por completo. Mas hoje, diz o cantor, “vejo uma crescente oposta. Muitos DJs têm optado pelo uso do disco vinil e isso se tornou um conceito. Além de disso, milhares de artistas renomados tem lançado versões em vinil de seus últimos álbuns, atendendo uma demanda natural criada pelos fãs”, afirma. Uma virada social e antropológica muito instigante. É o desejo do clássico, do colecionável, da raridade. Os fãs têm buscado esses itens com mais frequência. Mais uma vez, olhar para a novidade e saber acompanhar. Felipe ainda complementa: “Eu acho muito arriscado deixar a mídia e publicidade toda exclusivamente nas mãos de uma plataforma digital, não vejo isso como algo saudável pro mercado. Uma vez que a possibilidade de impulsionamento e visibilidade fica somente aos artistas que tem condições financeiras de bancar uma boa gestão, verba de impulsionamento etc”, revela.

“Não existem fórmulas para compor uma canção de sucesso, a fórmula é fazer o que o coração manda”, conta Felipe. O artista relembra de canções do chamado Lado B que acabaram se tornando sucesso na voz dos fãs. “A música precisa só de uma coisa para obter sucesso pra mim: verdade. Fazer uma música apenas com o intuito de emplacar pode até dar certo, mas é vazio e provavelmente essa música não será lembrada pra sempre. Qual legado artístico você pretende deixar?”, conclui Felipe Portilho.

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