Se você curte funk, certamente conhece o nome “PK Delas”. Dono de vários hits, PK vem fazendo sucesso com singles ousados e sensuais, talvez um pouco polêmicos, mas longe dos palcos e holofotes, a pessoa por trás do artista tem muito mais do que músicas a oferecer.
Nascido em uma comunidade do Rio de Janeiro, a capa da Danz de hoje é o PK Delas, mas também é o Patrick Silva, que é filho e pai dedicado, e que viu sua vida ser totalmente transformada quando decidiu seguir uma carreira no funk.
Aliás, o funk carioca é mundialmente conhecido. Dificilmente haverá alguém que nunca ouviu uma daquelas batidas que fazem qualquer um sentir vontade de dançar. Muitos artistas mundialmente conhecidos iniciaram suas carreiras cantando funk e, ainda que tenham expandido horizontes musicais, suas essências seguirão conectadas ao ritmo.
A verdade é que não só no Rio de Janeiro, mas em vários outros estados, a presença do funk é real e é também a porta de entrada para muitos jovens que desejam viver de música. Entretanto, o ritmo continua sendo marginalizado ou sendo facilmente associado à pessoas de classes menores. Não há motivo para que esse pensamento continue existindo, visto que, além de ser preconceituoso, também é injusto, já que foi graças ao funk que muitas pessoas viram suas vidas serem transformadas. E cá entre nós: como é que algo que mudou tantas vidas pode ser discriminado ou ruim? Basta.
O Patrick é uma dessas pessoas. Nascido em 1994, o jovem que veio da favela do Caramujo, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, sempre se identificou com a música. Começou como produtor e foi DJ, mas sabia que desejava mais. Patrick desejava cantar e abranger várias coisas mais.
“Sempre me considerei artista. Quando fui produzir o Mc Maneirinho, entendi muito sobre esse mercado. Nos 7 anos que trabalhei com ele, aprendi muito e pude ensinar bastante também. Na música e no meio artístico em geral, tudo serve como aprendizado. Na verdade, acho que tudo na vida é assim, tá ligado? Tem muita estrada pela frente”, reflete.
E tem mesmo. Hoje com 29 anos, Patrick trabalha em cima da imagem do grande PK Delas, cantor que muitas vezes é apontado como “polêmico” pelo que ele chama de “liberdade de expressão”. Quando sua carreira começou a tomar forma, criar o PK foi a saída que Patrick encontrou para separar as duas facetas de uma mesma pessoa.
“A intenção era separar mesmo, separar a pessoa física da jurídica. O Patrick é filho da Fátima, mãe de duas filhas gêmeas, empreendedor, empresário e artista. O PK é louco, quer se divertir e levar alegria a todos. O Patrick tem esse lado responsável bem mais aflorado, cuida da filha e da mãe. O PK quer viver intensamente independente do que os outros pensam, mas um conversa com o outro o tempo todo”, diz.
Hoje, Patrick comemora o grande sucesso do PK Delas, que além de ver suas músicas fazendo sucesso, também arrasta milhares de seguidores nas redes sociais. PK, inclusive, acaba de lançar o single “Vou botar pra descer”, em parceria com MC Pipokinha e Caio Passos, que já alcançou mais de 330 mil visualizações no Youtube. Para ele, todo esse sucesso é só o começo, ainda que tudo isso fuja do que a sociedade esperava.
“Sempre digo que favelado no topo incomoda e incomoda mesmo, mas ‘nós trabalha’ pra isso mesmo, para alcançar o lugar mais alto. Pobre é muito pisado e tá na hora disso acabar. Mesmo ainda sendo tão marginalizado, o funk mudou minha vida e muda a de muitas pessoas todos os dias. Sou muito grato pelo meu sucesso, pela minha mãe que faz parte disso e pelos meus fãs, mas falo com certeza que esse é só o começo. Ainda quero fazer muitas coisas, não só na área artística. Muita coisa precisa mudar”, finaliza.
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